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Orbital – Optical Delusion: A visão mais moderna dos irmãos veteranos.

O que mantém um duo de música eletrônica referência mesmo após mais de 30 anos de carreira?  Os irmãos de Kent, Inglaterra, Paul e Phil Hartnoll respondem, ou melhor, mostram em mais um álbum excepcional do Orbital. 

Após o experimental álbum de 2018, Monsters Exist, o Orbital lança agora em 2023 Optical Delusion. Um álbum que explora todas as nuances do Duo ao longo da carreira e que consegue agradar tanto os nostálgicos quanto os contemporâneos.

O álbum já começa exorcizando os males da pandemia com a ritualística Ringa Ringa que, com a participação do The Mediaeval Baebes, traz uma referência a Grande Peste de Londres do século 17. A sonoridade lembra bem as raves dos anos 90, unindo as batidas quebradas de Lush com nuances vocais de Halcyon On + On, sucessos da banda.   

Ringa Ringa

Na sequência, entra Day One. Um trance de tirar o fôlego com os vocais hipnóticos de Dina Ipavic. Pra dançar de olhos fechados. 

Are you Alive mantém a atmosfera relaxante, com uma bela batida quebrada e o vocal majestoso de Penelope Isles. Linda canção que também ganhou vídeo.

Are You Alive

O que parece ser um álbum de trance muda de figura com You Are The Frequency. Um Bigbeat minimalista matador, com um toque tão empolgante quanto suas linhas de TB303.

The New Abnormal parece ter saído do ótimo The Middle of Nowhere. Me lembrou de faixas como Nothing Left. Bigbeat no melhor estilo Orbital. 

Em Home temos a faixa mais elegante do álbum. Começa limpa, o belíssimo vocal de Anna B. Savage entra elevando o nível, seguida por uma batida empolgante e eis que o refrão te obriga a fechar os olhos novamente e dançar de maneira hipnótica. De arrepiar.

E eis que vem a minha faixa predileta de 2022 (ano de lançamento do seu vídeo oficial) e a que eu considero ainda a melhor do álbum. Trata-se de Dirty Rat com participação fulminante do vocalista do Sleaford Mods, Jason Williamson

Uma pancada! Linha de baixo matadora e uma construção de batida em cima das letras ácidas do Jason (“Shut up! You don’t know what you’re on about. You voted for ‘ em, look at you!), montando uma agressividade empolgante. Som pra pular num show do Orbital ou numa pista. 

Dirty Rat 

Só faltava um Drum N´Bass. E não é que temos? Requiem for the Pre-Apocalypse faz bonito em mostrar que os irmãos também dominam esse belo estilo da música eletrônica. 

Essa faixa me lembrou demais Storms End do Leftfield no ótimo álbum Alternative Light Source e também Invisible Sun do The Prodigy no também ótimo álbum The Day Is My Enemy. Qualquer referência a outros mestres é uma grata surpresa e se What a Surprise faz isso? Faz com maestria e com um toque Orbital de perfeição. 

Confira as duas abaixo:

O álbum encerra com a linda Moon Princess que tem uma batida pulsante, uma atmosfera dark e um toque no meio que, senhoras e senhores, só ouvindo pra compreender.

Sou suspeito pra falar, pois adoro o duo, mas será difícil superar Optical Delusion no terreno da música eletrônica. Aguardemos por Memento Mori do Depeche Mode que promete muito. 

Enjoy!

Texto: Alexandre (Condor)

Instagram: alexfnt242

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